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Noções sobre a fisiologia e biomecânica do ciclismo


Com o aumento do interesse por parte de ciclistas e técnicos pelas novidades referentes à avaliação física e do treinamento, é sempre válida uma revisão sobre temas cada vez mais freqüentes nas rotinas de treinamentos. Desta forma procuramos expor neste texto, de uma maneira mais clara e objetiva possível, algumas noções sobre temas referentes à fisiologia e biomecânica do ciclismo. Iniciaremos com alguns termos da fisiologia do exercício e posteriormente passaremos termos relacionados à biomecânica.

O lactato (lact) nada mais é do que uma substância produzida do metabolismo da glicose, ou seja, quando os carboidratos são queimados. Quanto mais intenso for o exercício, mais se metabolizará carboidratos, logo, mais lactato será produzido. O lactato no corpo humano está continuamente sendo produzido, removido e reutilizado.

O limiar de lactato (LL) nada mais é do que o ponto de equilíbrio entre a taxa de produção e a de remoção do lactato da corrente sanguínea, e é amplamente utilizado na prescrição do treinamento aeróbico.

Limiar anaeróbico (LA) é a maior intensidade de esforço que o atleta consegue manter com um predomínio do metabolismo aeróbio. Geralmente, este limiar em ciclistas bem treinados fica em torno de 78 a 90% do máximo consumo de oxigênio.

Freqüência cardíaca máxima (FCmáx) é definida como sendo o número máximo de batimentos do coração em um minuto. Teoricamente, ao nascimento, o máximo de batimentos de um coração humano seria em torno de 220, sendo que este máximo diminui um batimento ao ano, mas essa afirmação tem uma margem de erro de mais ou menos 10 batimentos. Em provas de 10 km, tem-se encontrado valores em torno de 89% da FCmáx, por outro lado, em provas mais longas, como 40 km, este percentual cai para cerca de 80% da freqüência cardíaca máxima.

O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) representa a quantidade máxima de oxigênio que o corpo humano consegue absorver pelos pulmões, transportar no sangue e utilizar nos músculos durante um teste progressivo máximo. Sendo dependente de diversos fatores como a genética, sexo, idade, nível de treinamento entre outros.

A potência crítica (PC) surgiu inicialmente como uma forma indireta de avaliar a capacidade de trabalho de esportes ditos como cíclicos (como o remo, cadeiras de rodas, e ciclismo, entre outros). Em teoria, a potência crítica é aquela potência na qual o ciclista pode manter o exercício por um tempo prolongado sem (teoricamente) entrar em processo de fadiga, podendo ser utilizada como um marcador de ritmo no ciclismo.

Economia de movimento (EM) é definida como sendo a relação entre o trabalho produzido e a energia gasta para realizar tal trabalho, ou como é popularmente conhecida no meio automobilístico por “quilômetro por litro”.

A técnica de pedalada pode ser analisada através da monitoração da efetividade da pedalada, ou seja, da determinação do quanto de força que realmente é transmitida ao pé-de-vela para gerar movimento. Como o pé-de-vela é uma alavanca, apenas a força aplicada perpendicularmente estará contribuindo para o movimento. Para se ter uma idéia de valores, de toda força produzida pelos músculos apenas 40 a 60% são realmente aplicadas para gerar potência.

Qualquer dúvida sobre alguma das variáveis apresentadas entre em contato conosco pelo nosso e-mail, que estaremos à disposição para mais esclarecimentos.

Equipe GEPEC
Mateus Rossato
Felipe Pivetta Carpes
Fernando Diefenthaeler
Rodrigo Rico Bini

O Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciclismo da Universidade Federal de Santa Maria - GEPEC - foi criado em 2004 e envolve professores e alunos de graduação e pós-graduação das áreas de Educação Física e Engenharia da UFSM, UFRGS e UFSC. O grupo trabalha com base nos projetos de pesquisa e nas teses desenvolvidas pelos participantes em suas respectivas áreas. O GEPEC disponibiliza subsídios bibliográficos referentes ao ciclismo, além de prestar consultoria para atletas e técnicos, contando com apoio de diversas instituições nacionais e internacionais. E-mail: gepec.brasil@gmail.com
 
Fonte: ativo.com






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